1/11/2007

Andava a avenida antiga, angustiado anjo azul. Angina antropomórfica lhe afligia o coração. Pé esquerdo, pé direito, pé esquerdo, pé direito na rua do príncipe, sem príncipe ou carruagem acenou pra Gervásio. Pires sem xícara. Chá do meio dia. A princesa no peito. Angina menina buzina na esquina. Carros coloridos. Carro vermelho cor de sangue, cor de cabelo vermelho, cor de angina no miocárdio esquerdo, cor de acidente cardiovascular no ventrículo direito. Vai e vem, vai e vem nas cavidades ventriculares de Gabriel, que nunca foi Gabriel, mas anjo. Ancho! Achados e perdidos: leitão lilás choraminga mãe Albina. Leilão zoomórfico na banca de bicho. Vai vem vai vem lá do lado de ál, casal de alguma sigla que especifica um ponto onde vetores cardíacos estouram numa paixão. Olha o conde! Pobre conde da feia vista como fede, suado, suvaqueira crônica. Não demora o diálogo. Espelhos de preços canaletas imundas, refletia cinco e cinqüenta, seguindo, dois e indigestão, duodeno na mão duvidou das imagens. Não confiava em espelhos tamanha contingência e diferença que surgia. Al lado, o anjo seguia distante e diante da pólis, do Alamut, onde pombos azulargênteo circulavam as torres pós-punk do hotel central. Dois mil e noventa e nove reais uma odisséia no hot dog (com direito a copinho).
No litoral, onde cortam coqueiros e canas de açúcar amarelomuco, Preces indígenas. Preces indigestivas já rezam faz quinhentos anos. Maquinaria. Funila a FUNAI fusão de brancos e carapálidas. Brancos do corpo, suicidam os vermelhos negros. Brancos de fora, extracorpo, para-médicos indigenistas. Não querem rezar. Ocupam oca rocha. Desenho de cocar na entrada. Verde paredes. Verdade verde ou mentira dormiram semana inteira sem rede, sem macaxeira, sem Macunaíma. Fios vermelhos iluminam a luta, fios de cabelo e fibra ótica que interliga anjo e oca na casa divina diva menina. Cara são as malhas da telefonia, expensive juros altos, baixas na Oceania, pobres índios deságua e leva as casas o capital febril das pólis imperialistas. Gordura saturada bata frita sabor óleo “apenas” um real. Realidade sem macaxeira ou peixe. Diarréia intestinal. Do outro lado, não tão menos indigestiva, ela, no meio de todos, democrática, para o anjo sempre altiva: Lara. Que fome, que fome na veia cava. Movimenta. Movimento. Vetores e segmentos de linha que cortam os pontos. Ela = F, ela F = M . A. Não vem de baixo, não vem de cima. Impulsiona deforma o meio. F. Seria mentira pensar dois diferentes espaços. Sapos cantam um hino frugal de melancia, goiaba, graviola, cajá, carambola, ameixa. Morangos vermelhos em her hair. Quantas frutas pensam todas alheias? Frutas e lutas: boca fechada não entra mosca. Medo. A de olhos glaucos, antena o anjo. Antenas radiofônicas orgásticas. A de olhos glaucos enfim calçou, sem demora, nos pés as bonitas sandálias de ouro e divinas, que por sobre as águas, sem mais, a conduzem, como também, pela terra infinita, qual sopro do vento.
Trocando o certo pelo duvidoso cruzou a trilha do pátio tricolor. Sem índios a Terra de Santa Cruz se fez paço, ou pátio. Nordestina filmografia brasileira Lisbela não estava ali. Passam aviões da segunda guerra cabeça a cima dos pracinhas em castelo de areia de praia. Azul angelical. Passos leves. Quase atropelado por carruagem anil, não escapa do vermelho que vem de longe e atropela toda hora. Mora na monotonia da distancia que esvazia a bacia e lança o bebê fora. Sol do meio dia, seca cada gota antes de alcançar o Capberibe, mas não morre o bebê antes de alcançar o IMIP. – Que eu imite, Que tu imites, Que Ele... Repetem as crianças na escolinha. Que força tempestade impele ao futuro. Da memória constrói vermelho o passado. Postes vazando corrente. Lâmpadas apagadas. Pontes quebradas. Intangibilidade. Venal lugar mercado da boa pinga. Vermelho, sua cor trás lembranças aveludadas em angelicais sinapses nervosas. Síncope cerebral. Uoooooooooouuuuuu, uoooooooooooouuuuuu, circula as margens de uma circunferência com raio de cinqüenta centímetros. Cinqüentenários idosos vão e vem. Bêbados. Quase cinqüenta graus. Panela de pressão. Crânio dos transeuntes. Árvore. Sombra água na moleira. Vendo o verde lembra o vermelho. Vinte vezes, vinhedos cerebrais celebram o ritornelo do vermelho. Rói o coração. Fome. Lara. Ecoam no mercado versos marginais, voam copos e garrafas, voa o anjo, voa al redor do vermelho, voa sem nada concluir, voa para o meio das coisas, para as coisas.
Em Algum lugar ela existe e pensa sem pontos sem virgulas sem medo algum de nada e de ninguém em como transformar o mundo em como recompor o vermelho em como encontrar o azul em como preservar o verde a verdade
No não lugar irrestrito pousa o anjo onde ela dorme e sonha sem carros buzinas vitrines prédios mercados estampas ridículas onde se encontram não há virgulas nem exclamações nada se faz imperativo grito ou imposição em silêncio dormem um sono vermelho sonham azul comunicação transmental não verbal o anjo e a de olhos cautos voltam um ao outro a criança em retorno ao lugar de onde saiu
Musa reconta os feitos dos heróis astuciosos que muito peregrinaram


Nuwanda

Um comentário:

Anônimo disse...

E Dimas será sempre esta palavra solta, afoita e sabida... Um cara que escancara poesia!!! arretado demais, meu irmão!!!! bom! Bom! Massaaaa...!