LÂMINA
Solitário
é o poema percorrendo as horas.
Dois olhos vagueiam e imploram
alma para deixar-se arder,
se o Amor é chama
e a saudade é tarde que reclama
o Tempo e sua lentidão.
Misterioso
é o vinho despertando a boca.
Um cansaço na voz, quase rouca
que já nem quer lamentar
angústia tão velha,
se o amor é faca
e o desejo é fúria que aplaca
a carne inteira sem sangrar.
Luciana Cavalcanti
Nenhum comentário:
Postar um comentário