12/19/2006


LÂMINA


Solitário
é o poema percorrendo as horas.
Dois olhos vagueiam e imploram
alma para deixar-se arder,
se o Amor é chama
e a saudade é tarde que reclama
o Tempo e sua lentidão.

Misterioso
é o vinho despertando a boca.
Um cansaço na voz, quase rouca
que já nem quer lamentar
angústia tão velha,
se o amor é faca
e o desejo é fúria que aplaca

a carne inteira sem sangrar.


Luciana Cavalcanti

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