12/01/2006

Saindo à francesa


Não era daquele jeito que ela queria. Porque gostar da forma como ele conseguia, pra ela, era pouco. Era ínfimo diante do pensamento romântico e sem fronteiras ao qual se adaptara. Estava acostumada a receber flores, a comer bombons importados, a ter jantares improvisados. Aquela forma de dedicação era um bocado insatisfatória mesmo. A incomodava. Dois anos. Há dois anos ela esperava por mais. Há dois anos o “verbo” era singular. Há dois longos e patéticos anos se permitia aquilo ali.
Penteando os longos cabelos em frente ao espelho. Decidiu-se. Porque tinha de haver solução. Porque não era possível aquela situação. Não. Não era, não. Passou a tesoura de ponta nos cabelos. Pincelou “rouge” pelo rosto inteiro. Batom vermelho. Enfatiotou-se com esmero. E enquanto ele girava a maçaneta da porta da frente. Usou a saída dos fundos. Pegou o elevador de serviço. Disse outro nome ao taxista. Seria uma nova versão. Seria,dessa vez.


Zorieuq De.12/IX/06

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